Cleópatra, rainha do Egito por mais de 20 anos, foi uma das figuras femininas mais célebres da Antiguidade, conhecida por sua habilidade política e personalidade marcante.
Amplamente reconhecida por usar sua habilidade política e charme para conquistar o poder. No entanto, muitos aspectos de sua vida permanecem envoltos em mistério, e o que realmente sabemos sobre ela é bastante limitado.
Cleópatra foi rainha do Egito de 51 a.C. a 30 a.C., destacando-se como uma das figuras femininas mais influentes da Antiguidade. Com uma personalidade marcante e habilidades políticas notáveis, buscou governar seu reino de forma autônoma. Embora fosse de origem grega, pertencente à dinastia ptolomaica, Cleópatra nasceu no Egito e se identificava culturalmente com o país.
Ela é amplamente lembrada por seus relacionamentos com dois dos homens mais poderosos da República Romana: Júlio César e Marco Antônio. Cleópatra teve um breve romance com Júlio César, com quem teve um filho, Cesarion. Seu relacionamento com Marco Antônio durou uma década e resultou em três filhos.
Quem foi Cleopátra ?
Nascida em 69 a.C., Cleópatra era filha do rei egípcio Ptolomeu XII Auletes e de uma mãe desconhecida. Ela fazia parte da dinastia ptolomaica, uma antiga família grega que tomou o poder no Egito em 305 a.C.
Embora o Reino Ptolomaico tenha adotado algumas tradições religiosas egípcias, a administração do reino se concentrava na cidade de Alexandria, que tinha uma maioria grega. Como resultado, Cleópatra cresceu falando grego koiné. No entanto, ela foi a única de sua dinastia a aprender egípcio. Sua vida esteve profundamente conectada tanto às tensões internas do Egito quanto às complexas dinâmicas políticas do Império Romano.
Como Cleópatra chegou a governar o Egito?
Quando seu pai, Ptolomeu XII, morreu em 51 a.C., Cleópatra, com 18 anos, mergulhou em uma controvérsia sobre quem deveria governar o Egito. Inicialmente, ela assumiu o governo ao lado de seu jovem irmão Ptolomeu XIII, com quem se casou, conforme a tradição egípcia.
No entanto, Ptolomeu XIII aspirava ao poder absoluto e logo surgiu uma guerra civil entre facções que apoiavam os dois irmãos. Cleópatra fugiu para a Síria, que estava sob controle romano, em busca de apoio. Seu pai havia cultivado relações amistosas com Roma, e Cleópatra, reconhecendo a importância do apoio romano, pediu ajuda a Júlio César, um general e político romano ambicioso que buscava consolidar seu poder.
Cleópatra e Júlio César
Apesar da grande diferença de idade — Júlio César era cerca de 30 anos mais velho que Cleópatra — e de ser casado, ele e Cleópatra iniciaram um relacionamento romântico. César prometeu apoiá-la na recuperação do trono.
Em 47 a.C., durante a guerra civil, Ptolomeu XIII se afogou no rio Nilo, perto de Alexandria, enquanto fugia das tropas de César. Com o Egito agora sob o controle de César, Cleópatra retomou o trono, casou-se com seu irmão mais novo, Ptolomeu XIV, e o declarou co-governante. Ela também deu à luz um filho, Cesário, que muitos contemporâneos acreditavam ser filho de César.
Marco Antônio e Cleópatra
Apesar da morte de Júlio César, o vínculo de Cleópatra com Roma estava longe de se encerrar. O general romano Marco Antônio, que havia se estabelecido como um dos triúnviros que governavam Roma, procurou reforçar a aliança entre o Egito e Roma ao solicitar uma reunião com Cleópatra. Em 41 a.C., para manter o estreito relacionamento com Roma, Cleópatra viajou até Tarso, na atual Turquia, para encontrá-lo.
Cleópatra chegou a Tarso em grande estilo, a bordo de uma luxuosa barcaça. Segundo a historiadora de arte Diana E. E. Kleiner, Cleópatra costumava investir em suas aparições navais com trajes cuidadosamente selecionados, associações divinas, tecidos e joias valiosas, batom vermelho, música e essências exóticas.
A intenção de Cleópatra era impressionar, e conseguiu. Imediatamente, ela começou um intenso romance com Marco Antônio, que eventualmente se mudou para Alexandria para ficar com ela.
O relacionamento de Cleópatra com César durou até o assassinato dele nos Idos de Março de 44 a.C., quando foi morto por seus inimigos no Senado romano. Na época, Cleópatra estava em Roma e tentou convencer os romanos a reconhecer Cesário como herdeiro legítimo do poder romano. Após o assassinato de César, ela retornou a Alexandria, onde, acredita-se, seu irmão Ptolomeu XIV foi assassinado por envenenamento antes de Cleópatra assumir o trono novamente ao lado de Cesário.
A queda de Cleópatra
A paixão de Marco Antônio por Cleópatra, e os possíveis excessos associados ao seu governo egípcio, levaram à queda de ambos. Antônio entrou em conflito direto com seus co-triúnviros e com o próprio povo romano, que se ressentia da crescente influência do Egito nos assuntos de Roma.
Após uma batalha decisiva em 30 a.C., Cleópatra percebeu que as tropas de Antônio estavam se aproximando de uma derrota completa. Ela se refugiou em seu mausoléu real e informou a Antônio que planejava cometer suicídio. Em desespero, Antônio se esfaqueou e morreu nos braços de Cleópatra.
Cleópatra tentou negociar com Otávio, o antigo co-governante de Marco Antônio, mas quando se deu conta de que Otávio pretendia levá-la como prisioneira e exibi-la em um desfile triunfal pelas ruas de Roma, ela se refugiou novamente em sua tumba com alguns servos e cometeu suicídio, provavelmente usando veneno. Com sua morte, a dinastia ptolomaica chegou ao fim e o Egito foi incorporado ao Império Romano.
Acredita-se que Cleópatra tirou a própria vida com a ajuda de uma serpente venenosa chamada áspide, mas não há evidências concretas que confirmem essa história. Além disso, os arqueólogos ainda não encontraram o mausoléu onde Cleópatra e, possivelmente, Marco Antônio teriam morrido.
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